Alergia ao látex no meio sanitario
Autor: Asociacion Española de Alergicos a Alimentos y latex | Publicado:  20/05/2008 | | |
Alergia ao látex no meio sanitario

Alergia ao látex no meio sanitário.


Associação Espanhola de Alérgicos a Alimentos e látex

 

Tradução: Gabriela Maltempo Peixer


 

A alergia ao látex de borracha natural apresenta uma incidência crescente em todos os países desenvolvidos. Atualmente estima-se que na Espanha há um 1% de população sensibilizada a esta substância, percentagem maior para os grupos de risco identificados. O látex de borracha natural é uma substância leitosa que se obtém da árvore Hevea Brasiliensis ou árvore-da-borracha. Uma vez tratada convenientemente utiliza-se para a fabricação de muitos produtos de uso habitual (fita-cola, preservativos, balões, pneus, borrachas elásticas, tetinas, chupetas, brinquedos, e um longo etcétera até os 40.000 artigos  que se calcula o contêm) e também em artigos de uso sanitário (sondas, luvas, cateteres, tampas de vias, conexões, enemas, esparadrapo, tiritas, vendas elásticas, mascarilhas de ressuscitação, mascarilhas de oxigênio, etc.)

 

As situações que supõem maior risco para os alérgicos são as que expõem ao indivíduo a objectos elásticos de partes finas como os balões, as luvas e os preservativos. O risco aumenta quando estes entram em contacto com mucosas (encher balões, preservativo em mucosa vaginal, etc.) e quando contêm pó para facilitar seu uso (pó em balões, luvas, gorro de piscina, etc.)

 

No meio sanitário, todos estes produtos bem como as partículas de látex difundidas no ambiente a partir do pó das luvas, supõem uma ameaça para os pacientes alérgicos. Ademais, é freqüente neste âmbito que o látex faça contato diretamente com as mucosas, fluidos corporais e órgãos internos, de maneira que a absorção das partículas é bem mais rápida e a reacção mais intensa.

 

Esta situação comporta, além do mais, uma exposição continuada ao látex por parte de todos os trabalhadores sanitários, que se convertem assim num dos mais afetados por esta alergia. Outros grupos de risco para esta alergia -pacientes com espinha bífida e transtornos urogenitais congênitos, pessoas com múltiplas cirurgias e com longas hospitalizações - desenvolvem também sua alergia a raiz de sua elevada freqüentação em hospitais.

 

As pessoas afectadas por dita alergia devem evitar qualquer contato com as proteínas do látex, já seja inalação das partículas difundidas por via aérea, já seja pelo contacto direto (cutâneo, mucoso, ingestão). As reacções podem começar aos poucos minutos da exposição e até uma hora após esta e podem implicar :

- afetação cutânea e mucosa (eritemas, dermatoses, urticárias, edemas, conjuntivitis)  afetação respiratória (rinites, asma, dificuldade respiratória)

- afetação geralizada (angioedema, anafilaxia, choque anafilático com risco de morte). O tipo de reação dependerá do nível de sensibilização do paciente, da quantidade de alergênico do látex que entrou em contacto com este e da via de contato (não é o mesmo o contacto do látex com uma pele sã que com a mucosa vaginal durante uma exploração ginecológica). Muitos pacientes alérgicos ao látex podem apresentar reacções similares ao ingerir determinadas frutas tropicais (banana, kiwi, abacate) ou castanha; é o que se denomina síndrome látex-fruta. A elevada prevalência desta alergia e a importância de suas possíveis reacções faz imprescindível adoptar as seguintes medidas preventivas básicas em todos os níveis assistenciais:

 

1. IDENTIFICAR PACIENTES ALÉRGICOS AO LÁTEX E DE RISCO

a. Perguntar sempre por uma possível alergia ao látex (não só há que indagar alergias medicamentosas), especialmente ante uma manipulação de mucosas ou intervenção cirúrgica. Às vezes o paciente não conhece dita alergia, há que perguntar por reações ao encher balões, ao usar luvas ou preservativos, ao ingerir frutas como o kiwi ou banana.

b. Ler placas ou pulseiras de advertência, especialmente na atenção urgente, em pacientes inconscientes e em meninos.

 

2. ATUAÇÕES PARA PREVENIR NOVAS SENSIBILIZAÇÕES

 

a. Evitar luvas com pó, já que difundem as partículas de látex ao ambiente quando os retiramos das mãos. Só com esta atuação se conseguiu reduzir na Alemanha o 80% dos novos casos de alergia ao látex em pessoal sanitário.

 b. Usar luvas de materiais sintéticos (vinilo, nitrilo, neopreno) adequados à cada tarefa ou de látex com baixo conteúdo em proteínas alergênicas. Existem listagens atualizadas com o conteúdo em alergenos das luvas de látex. Na Finlândia consultam-se regularmente estas listas e só se adquirem os baixos em alergênicos. Esta medida evita novas sensibilizações.

c. Dar atenção sem látex desde um começo a pacientes de risco: espinha bífida, mal-formações urogenitais, quando se prevêem cirurgias múltiplas...

 

3. ATUAÇÕES PARA EVITAR REAÇÕES ALÉRGICAS A PACIENTES JÁ SENSIBILIZADOS

 

a. Protocolos específicos para a cada serviço (urgências, UCI, cirurgia, sala de partos, hospitalização, consultas externas, transporte sanitário) que contemplem:

- material sem látex

- espaço livre de látex

- capacitação ao pessoal

Até o momento são poucos os centros que adotaram iniciativas específicas para dar uma atenção segura para os alérgicos ao látex que permitem, ao mesmo tempo, para prevenir novas sensibilizações entre o pessoal sanitário. Mas são só pequenas atuações dentro de uma rede assistencial ainda pouco preparada para eles. Fica pendente o desafio de melhorar para oferecer segurança assistencial a toda a população.

 

Autor: Associação Espanhola de Alérgicos a Alimentos e látex http://www.aepnaa.org

 

Tradução: Gabriela Maltempo Peixer


 


 

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