Adolescência e suicídio
Autor: Dra. María Elena Francia Reyes | Publicado:  19/07/2008 | | |
Adolescência e suicídio.3

Uma classificação possível das tantas que se podem fazer é a que divide os suicídios em:

• Os vacarienses: se adiantam ou aceleram o ato da morte que se vislumbra num futuro, com a justificação de que não há esperanças e só acreditam ver ao seu redor sofrimentos e nada pode compensar o período de espera.

• Os perfeccionistas: não toleram qualquer diminuição dos atributos a sua Pessoa, o mesmo na beleza que na Proença sexual, ou um defeito qual queira, menoscabo econômico ou social, ou a perda do poder e prestigio.

• Os hedonistas: não suportam nada que constituía um impedimento ou uma diminuição do prazer de predomínio sensual.

• Os transicionais: ante certas crises vitais de transição inevitáveis, optam pelo suicídio.

• Os sintomáticos: dependem duma doença mental, psicose, confusão mental, demência e depressão.

 

A atitude dos homens ante a morte não tem sido a mesma através dos tempos; quando um homem de hoje fala da sua morte, pensa que se lhe fosse dado escolheria uma morte súbita, sem dor, como um leve sonho. O homem do medievo se sentiria aterrado por isso, porque como o expresso o pai do Hamlet, na famosa obra do Shakespeare, morreria “na flor do pecado”, por isso o homem da idade média preferiria um tempo de arrependimento e de balance da suas dívidas com Deus e com os homens, inclusive nas orações medievais se orava “livra-nos Senhor da morte repentina”.

“As antigas civilizações sacralizam a morte, a domesticaram, querendo restar-lhe dramatismo e integra-la num sistema de ritos e crenças que tinham por objeto convertê-la Numa etapa mais do destino, por isso, rechaçavam e condenavam o suicídio

: o corpo do suicida era castigado, arrastrado pelo chão, e não tinha dereito a ser sepultado na Igreja… só em caso do soldado vencido que se suicidava por honor, ou de outras formas de suicídio como o duelo”.

 

Em sociedades onde a sacralidade era a cosmovisão vigente, é lógico que o comportamento suicida se rechaçara, pois o homem não tinha permitido modificar seu destino que estava nas mãos de Deus, tampouco se lhe reconhecia ao ser humano o dereito de impor à sociedade a presença intempestiva da morte por uma decisão pessoal, uma sociedade assim, não permitia que o individuo a forcara nem a ela nem a Deus.

 

O suicídio tem estado ligado à humanidade e seus costumes: os maias, segundo refere a história, veneravam a Ixtab, a deusa do suicídio, e, no  Oriente, os japoneses se faziam o “harakiri” para lavar a desonra.

 

Foi a partir do século XIX quando se perdeu esse sentido de socialização, inserto na ritualidade. A sociedade emergente rejeitou aquele paradigma medieval. A morte foi liberada e passou ao domínio privado, o cadáver era velado na casa, sepultado em família, e nesse sentido a morte passou a depender cada vez mais da vontade do individuo. Deste modo, a sociedade ocidental se havia desvinculado da morte e do suicídio em particular.

 

O suicídio era, tempo atrás em ocidente, algo vergonhoso para a família, era sinônimo de debilidade, de doença, de conduta inadequada e por isso poucos ou quase ninguém o davam a conhecer. Atualmente as coisas são distintas, já que este ato se vê como um sintoma de doença e se aceita, se denuncia, o que tem aumentado as cifras de maneira alarmante. É um problema no que parece haver consenso entre sociólogos, psicólogos, psiquiatras, antropólogos e demógrafos, quando o consideram como um rasgo da modernidade, um dos males do século.

 

Visão sociológica do suicídio

 

O sociólogo francês Emile Durheim na sua obra O suicídio (1897), sinala que os suicídios são fenômenos individuais, que respondem essencialmente a causas sociais. As sociedades apresentam certos sintomas patológicos, ante tudo a integração ou regulação social já seja excessiva ou insuficiente do individuo na coletividade. Por tanto o suicídio seria um fato social. Durkheim começa seu estudo em 1835 com uma definição de suicídio como: Todo caso de morte que resulta direta ou indiretamente de um fato positivo ou negativo realizado pela vítima mesma, e que, segundo ela sabia, devia produzir este resultado. Exemplo dum ato positivo: disparar-se na cabeça; exemplo dum ato negativo: negar-se a ingerir qualquer medicina até deixar-se morrer.

 

Durkheim distingue quatro tipos de suicídios:

 

• SUICÍDIO EGOÍSTA típico de sociedades deficientes ou carência de integração social.

• SUICÍDIO ANÔMICO característico da falta de regulação social (anômica), ou seja, as normas sociais não é interiorizado como próprias por parte do individuo.

• SUICÍDIO FATALISTA quando existe um alto grado de regulação social.

• SUICÍDIO ALTRUÍSTA característico de sociedades com alto grado de integração social.

 

Suicidas famosos.

 

Ainda nem as personagens famosas da atualidade e o passado se tinham visto libres de atentar em contra da suas vidas, demonstrando de este modo que o suicídio tem sido um fato que sempre tem estado presente ao largo da historia da humanidade.

 

Exemplos:

 

§ Alberto Santos Dumont

§ Alejandra Pizarnik

§ Adolfo Hitler

§ Alfonsina Storni

§ Cleopatra VII

§ Empédocles

§ Ernest Hemingway

§ Eva Braun

§ Febe, Liberta de Julia la Mayor

§ René Favaloro

 

Lista dos países por suicídio per capita

 

Mapa do mundo com a proporção de suicidas por cada 100 habitantes.

 

A seguinte é a Lista de suicídio per capita por países, segundo dados da Organização Mundial da Saúde na qual a fila dum país está determinada por o total de suicídios. Os dados de suicídio de mulheres e homens representam a população total, respectivamente (ex. população de homens em total dividida no número total de suicídios em relação à população total de suicídios de homens). O total de suicídios está bazado no número total de suicídios divididos na população total mais que simplesmente o promedio dos suicídios masculinos e femininos, em alguns países não representa proporção 1:1. Finalmente “ano” se refere ao ano os dados disponíveis mais recentes do país. A continuação coloca os primeiros 20 países a nível mundial.

 

Suicídios cada 100,000 pessoas:

 

Posição País Anos Homens Mulheres Total

1. Lituânia      2005    68.1       12.9      38. 6

2 Bielorrússia 2003    63.3       10.3      35.1

3. Rússia       2004    61.6        10.7      34.3

4. Kazajstán  2003      1.0          8.9      29.2

5 Eslovênia   2003     45.0        12.0     28.1

6. Hungria     2003     44.9        12.0     27.7

7. Látvia        2004     42.9          8.5     24.3

8. Ucrânia     2004     43.0          7.3     23.8

9. Japão        2002     35.2        12.8     23.8

10. Sri Lanka 1996       NA          NA     21.6

11. Bélgica     1997     31.2        11.4     21.1

12. Finlândia   2003     31.9         9.8     20.6

13. Estônia      2005     35.5         7.3    20.3

14. Croácia      2003     31.4         8.4   19.5

15. Sérvia Montenegro 2002 28.8 10.4 19.3

16. Suiça          2001     26.5       10.6   18.4

17. Cuba          1996      24.5       12.0   18.3

18. Áustria        2003     27.         1 9.3   17.9

19. Corea do Sul 2002  24.7       11.2    17.9

20. França          2001   26.6         9.1    17.6


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